11.02.2007

Dia do Penta!

Nem preciso comentar a partida contra o América de Natal, porque o que se viu foi quase um coletivo de ataque contra defesa. E chega a ser até desanimador terminar um campeonato assim. Se os pontos corridos proporcionam um maior equilíbrio de emoções e de importância para todas as partidas, a conclusão e a coroação faltam aquele drama que encontrávamos nas finais de antigamente.
Se temos de reconhecer alguém por essa conquista, é Muricy Ramalho que hoje é incostestavelmente o melhor técnico no Brasil, contando com um título "moral" em 2005, com o Internacional, e os dois títulos do São Paulo. Embora ainda tenham aqueles que torçam o nariz (que mostram-se mais ranzinzas que o próprio técnico, numa teimosia de procurar os mínimos defeitos para criticar), Muricy foi quem deu cara para esse time, que está longe de ser perfeito. O técnico passou por um período conturbado após a perda da Libertadores e algumas derrotas no Brasileirão. Pudera, com a saída de Josué o elenco não contava com mais nenhum volante de ofício. A diretoria fez o possível, mas a negociação com Athirson melou, Fredson rompeu ligamento e ficou de fora pelo resto do ano e Zé Luís e Fernando não tinham condições para serem titulares. Acabou sobrando para Hernanes e Richarlyson, que recuados para a função de volante foram o grande destaque do São Paulo nesse campeonato. Méritos de Muricy que mais uma vez adaptou dois jogadores para a marcação, como já havia feito com Ilsinho no ano passado.
Além disso, é notória também a formação da equipe fazendo com que os atacantes ajudassem na defesa. Afinal, com poucas opções para formar a zaga (com contusões de André Dias, convocação de Alex Silva e a venda de Edcarlos) e a dupla de volantes, o técnico resolveu sacrificar o setor que tinha o maior número de jogadores disponíveis. Prova disso era o desgaste sentido pelos atacantes, que sempre eram substituídos no segundo tempo.
Parabéns ao São Paulo Futebol Clube, pela conquista do quinto título Brasileiro. Pois é, num time sem estrelas, onde quem brilhou outra vez foi o técnico. Algo que já nos acostumamos a ver aqui em nosso país.

Fora de campo, a discussão foi o reconhecimento da CBF em relação ao primeiro pentacampeão, que ganharia o "troféu das bolinhas". O São Paulo seria o primeiro, já que a CBF não reconhece o título da Copa União de 1987 conquistado pelo Flamengo. Mais uma lambança no futebol brasileiro, que com dois times pleiteando os mesmo direitos, só fazem aumentar as brigas, rivalidades e o bairrismo.

Foto: e.fuzii

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