10.30.2007

Tim Festival 2007

@ Arena Skol – Anhembi

Dizer que o Tim Festival já não é mais o mesmo é chover no molhado. Depois de duas edições bem irregulares (em 2005 com o péssimo sistema de som e em 2006 com a confusão envolvendo a troca do Anhembi pelo Tom Brasil), essa vem mais uma vez provar que a organização está piorando cada vez mais para conseguir um evento de qualidade. Além de uma escalação que não continham nenhum nome de grande notoriedade (já que a Björk é praticamente atração única com o tanto de "odiadores"), o evento ainda contou com um absurdo atraso de quase três horas e ainda carecia de infra-estrutura básica como latões de lixo, o que transformou o chão num verdadeiro mar de copos, e bebida suficiente (principalmente pelo evento ter estendido-se por tanto tempo).
Depois de toda a demora para montar o palco da Björk, continuo a achar que ela canta tentando comunicar-se com as baleias. É, não entendo mesmo. Portanto, não perderei meu tempo comentando. Só uma ressalva para o uso da ReacTable durante sua apresentação, que fica ainda mais impressionante ao ser incorporado ao vivo.
O Arctic Monkeys subiu ao palco prejudicado pelos ares de festival. Além de tocar menos músicas que no Rio, não estavam a vontade com a multidão e nem os fãs puderam estar próximos o suficiente. Dá pra comparar, por exemplo, com a apresentação do trio Yeah Yeah Yeahs em Curitiba no ano passado. Mas os garotos no palco mostram competência e saíram bem aplaudidos após tocarem as músicas de seus dois álbuns.
Já era quase 4 horas da manhã quando finalmente The Killers entrou em cena, ao som de "Paranoid Android" do Radiohead (o grande sonho dos organizadores do Tim Festival), com a platéia já ensaiando algumas vaias. Com um cenário bastante kitsch, a banda de Brandon Flowers faz uma espécie de tributo a Vegas, tema de seu álbum mais recente "Sam's Town", que americanizou mais o som da banda. Mas ainda mantendo suas "raízes", o Killers apresenta uma cover de "Shadowplay" do Joy Division, que embora seja covardia fazer qualquer comparação, é bastante inspirada e mantém o espírito da banda. Uma pena só que Flowers não cite de quem é a versão original, o que seria interessante para seus fãs mais jovens. Alternando hits dos dois discos, o show acaba sendo uma chuva de músicas que não possuem unidade alguma, principalmente pela mudança de direcionamento entre os dois trabalhos. No final, uma aura de celebração envolve "All These Things That I've Done", com o público cantando em uníssomo, enquanto Brandon Flowers coordena com seu carisma os gritos da multidão. Com seu desejo de parece cada vez "maior", a banda acaba lembrando mais e mais o Queen e seu rock de arena, mas fora de época.

Foto: e.fuzii

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