9.21.2007

Gossip Girl: Premiere

Você pode amar ou abominar, mas é impossível ignorar o impacto cultural que foi The O.C. nos anos 2000. É verdade que o seriado teve a sorte de pegar uma Costa Oeste dos Estados Unidos em franca ascensão cultural e conseguir, acima de tudo, vender essa imagem da Califórnia ideal. Lembro até de um especial logo após a primeira temporada, mostrando os bastidores e a questão cultural que envolvia o seriado, chamado Obsess Completely (Obsessão Completa, só para manter a mesma ordem das iniciais). O aspecto mais importante disso vinha de sua trilha sonora, escolhida pela supervisora musical Alexandra Patsavas, e que era basicamente composta por bandas alternativas e chegava até a fazer do seriado uma vitrine para bandas lançarem seus novos trabalhos. Criticada (ou elogiada) por ter trazido a música indie para o grande público, eu particularmente sempre achei que música boa tem de chegar ao maior número de pessoas. Talvez o único problema é no caso das bandas deixarem de ser independentes, chegando nas majors, e isso influenciar em seus novos trabalhos.
Mas não se pode esquecer de elogiar a história cativante de Ryan e sua turma. Tá certo que depois da excelente primeira temporada, a qualidade foi caindo e só voltou aos trilhos na última temporada, quando o sinal de cancelamento já estava aceso. Foram quatro anos no ar, e agora, após um ano, a parceria entre Josh Schwartz e Stephanie Savage nos apresenta Gossip Girl.

A história é baseada numa série de livros homônima e gira em torno de Serena, uma garota popular na sua escola particular de elite, que volta de férias forçadas longe da cidade e acaba envolvendo-se com o típico garoto bonitão e rejeitado do colégio. Qualquer semelhança com Marissa e Ryan não é mera coincidência. Tudo isso é narrado por uma anônima dona de um blog (voz de Kristen Bell) de fofocas dos adolescentes mais populares da cidade. Bom, mais atual impossível, como podemos ver nas constantes invasões de privacidade em ferramentas de relacionamento online, como o orkut, que já juntaram e separaram milhares de casais pelo nosso país. Dessa vez, passamos do condomínio rico na Califórnia para o lado oeste de Manhattan, mas ainda temos os pais que mais parecem irmãos dos adolescentes, festas com menores de idade envolvidos em bebidas e drogas e os constantes problemas de relacionamento.
Ser uma seqüência de The O.C. não é problema algum se as histórias forem bem conduzidas. Mas será que o impacto do seriado conseguirá ser o mesmo? A trilha sonora ainda é bem escolhida por Alex Patsavas, contando com Air, Justin Timberlake, Amy Winehouse e The Bravery só nesse episódio piloto. E o hit do ano passado "Young Folks" (de Peter, Björn & John) foi uma boa escolha para a abertura da série, introduzir e caracterizar a história que Serena vai viver ao lado de Dan.
Mas o que me preocupa mesmo é a decadência cultural que New York enfrenta atualmente. Estamos longe do começo dos anos 2000 quando surgiram ali The Strokes, Yeah Yeah Yeahs e Interpol, por exemplo. Talvez o único que ainda tenha destaque é o selo DFA, que conta com James Murphy, mente por trás do LCD Soundsystem. Em seu último álbum, ele canta "New York, I love you, but you're bringing me down", mostrando todo o conflito que sente na atual situação da cidade. Aliás, usar o disco-punk seria muito mais interessante para animar as festas do que o pop/hip-hop de figurinhas como Akon e Timbaland e suas milhares de participações especiais. Pois é, acho difícil o mesmo raio cair em duas cidades diferentes.

Foto: The CW/Divulgação.

1 comentário:

Gossip Boy
16/01/2008, 17:51
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Bonjour

Pour être honnête, j'ai trouvé votre blog borrado autre chose ... Eh bien, vous devriez embaucher quelqu'un à battre choisir les couleurs et les objets qui sont mieux ...

Adieu mon amour ...