11.08.2007

You are my children now!

The Chemical Brothers @ Credicard Hall, São Paulo.

Eram nove e meia da noite quando o DJ James Holroyd tocava para um modesto público de pouco mais de 200 pessoas, mas do lado de fora muita gente ainda chegava e o que acabou-se vendo depois foi a pista praticamente lotada. Tá certo que as pessoas que estavam na platéia superior foram convidadas a descer, mas mesmo assim a expectativa de público estava superior ao esperado. Parte pela mau divulgação do show, parte pela quantidade de shows próximos, grande parte dos ingressos foi adquiridos nos dois últimos dias. Essa quantidade de gente acabou pegando a organização de surpresa e nem os bares de "emergência" (localizados no saguão, perto das entradas para a pista) estavam funcionando. Resultado: filas enormes no saguão e confusão nos bares da pista, que no meio do show já estavam vendendo apenas cerveja sem gelo.
Já passava das 22:30 quando Tom e Ed entraram no palco ao som de "No Path to Follow" e após se acomodarem já colocaram "Galvanize", sucesso de Push The Button, para o público dançar. Muita gente ainda nem havia entrado e a correria para pegar a apresentação era grande. Contando com uma tela de LEDs a frente de luzes que formavam um céu estrelado, era óbvio que show iria muito além da experiência sonora. E tão logo já passamos para a divulgação do disco We Are The Night, com "Burst Generator" seguido de "Do it Again". Depois de duas silhuetas dançando ao som das batidas marcantes da música, os finos vocais de Ali Love eram pouco a pouco substituídos por samplers de "Get Yourself High" cantados por um palhaço macabro nas projeções. O mash-up perfeito foi acelerando até atingir o hit "Hey Boy Hey Girl" , o que bastou para que o já agitado público saísse pulando, no ponto de maior empolgação do show.
Seguiram depois disso passeando pela carreira com as antigas e queridas "Out of Control", "Star Guitar" e "Chemical Beats". Destaque para a ótima "Surface to Air" (uma das minhas preferidas do Push The Button, com essas bailarinas rodopiando na foto que decora este post) que vai fundindo-se ao tom minimalista de "Saturate", enquanto bolinhas de tinta passeiam pelo "ar" e vão explodindo pela tela. Na seqüência, os vocais gritados de Okereke levam a "Believe" e várias imagens de cruzes e plantas de nave de Igrejas. Até que somos levados numa viagem 3d por dentro de um templo em wireframe e que vai aos poucos ganhando textura, tudo para reafirmar a fé humana em alguma coisa. Depois de uma pausa, os "brothers" voltaram com "We Are the Night" e "Das Spiegel" com Tom tocando ao vivo sua Melodica, além da sempre bem-vinda "Block Rockin' Beats". No final, "Sunshine Underground" fechou a apresentação audiovisual de forma perfeita.

Exigir alguma música em meio a tantos anos de carreira é querer demais, mas não acharia ruim se tivessem tocado "Setting Sun". Ou os vocais completos de "Golden Path" talvez, e eu sei que não é de costumes deles, mas eu já pedi para o próprio Wayne Coyne cantá-la e ele não me atendeu, infelizmente. Além da falta de "Salmon Dance", que não permitiu que eu mostrasse as coreografias que vinha treinando há tantos meses. Uma pena.

Foto: e.fuzii

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