9.18.2007

Homenagem à Muralha Tricolor

Tinha tudo para ser um dia perfeito. O São Paulo ganhando mais um clássico, contra um adversário praticamente direto na corrida pelo título e ainda, de quebra, um golaço de Breno para causar inveja até em Beckenbauer. Pois é, mas foi quando nos últimos minutos que Tabata entrou tabelando pelo meio da área e marcou o gol que colocava um ponto final na invencibilidade de 988 minutos do tricolor. O que se viu depois disso parecia um misto de amargura, com a torcida praticamente calada; nervosismo, com Rogério reclamando insistentemente dos acréscimos; e de decepção por parte dos zagueiros.
Mas foi prontamente no apito final que Rogério Ceni, fazendo o papel de líder, abriu os braços e abraçou todos os zagueiros ao mesmo tempo, comemorando a bela campanha até ali. Afinal, ter apenas 8 gols sofridos em 26 partidas é histórico para qualquer equipe do mundo.

Para mim, essa é a melhor zaga do São Paulo que vi jogar. Vê-la ao vivo é ainda mais espantoso, pelo entendimento que os três zagueiros mantém durante toda a partida, trocando o que fica na sobra quando o time está sendo atacado e liberando sempre algum deles para apoiar o ataque. Não cheguei a ver Dario Pereira e Oscar jogarem, mas acredito quando dizem que eles faziam em dois, mais do que os três de hoje conseguem fazer. Diferentemente daquela época, porém, o sistema defensivo tem seus méritos como um todo, tanto titulares como reservas:
Miranda: é o melhor zagueiro que já vi jogando pelo São Paulo. Tem uma regularidade incrível, perdendo pouca bolas, e é indispensável para o posicionamento dos outros dois zagueiros.
Breno: com apenas 17 anos é umas das maiores promessas que já surgiram no São Paulo. Diferenciado, tem habilidade tanto no desarme como na técnica de carregar a bola e fazer gols.
Alex Silva: antes apenas conhecido como "irmão mais novo de Luisão", hoje já é realidade. Apesar da sua aparência desengonçada, conseguiu vaga na seleção de Dunga, e tem boa saída de bola, principalmente utilizando sua altura, que também lhe rende vários gols de cabeça.
André Dias: era unanimidade no ano passado, quando chegou do Goiás, mas após uma cirurgia amargou uma perda notável de performance e fez algumas péssimas partidas no ano. Hoje, já voltou a ter a forma de antigamente e quando é escalado sempre dá conta do recado.
Sem esquecer, claro, Richarlyson que já jogou ali improvisado algumas vezes e Edcarlos que carregava a experiência de ser o único campeão mundial, mas acabou transferido para Portugal no meio do ano. Uma pena que todos os zagueiros aqui listados, tem grandes possibilidades de seguir o mesmo rumo e já deixarem o clube no início do ano...

Ah, a partida foi bem jogado durante todo o primeiro tempo, com o Santos levando mais perigo. Mas foi no segundo tempo, quando Luxemburgo colocou Kléber mais para o meio, adiantando os dois volantes, e puxando Pedrinho para a ala esquerda, que o São Paulo encontrou uma avenida ali. Souza subia com relativa liberdade e, surpreendentemente, Breno encontrou espaço e marcou um golaço, ao cortar três jogadores do Santos. No segundo gol, bola ajeitada de Richarlyson e passe na medida para Borges marcar. E foi só segurar a bola, para acabar tomando o gol fatídico no final. Mas o importante é a vitória, e mais uma passo em direção ao título.

Foto: e.fuzii

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